segunda-feira, 7 de março de 2011

Ciência: DETERMINISMO CEREBRAL.

07/03/2011 - 18h34


Estudo compara cérebro de crianças, psicopatas e bandidos

RICARDO MIOTO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON


Fulaninho de tal, 3 anos, alta periculosidade. A ideia de reconhecer futuros criminosos em crianças que mal sabem falar foi a grande sensação do maior encontro científico americano, a AAAS, em Washington, no fim do mês passado.


A "boa notícia" trazida pelos pesquisadores é que seu filho, se tiver um cérebro "malvado", pode não se tornar um bandido, mas um político corrupto. Criminosos armados e de colarinho branco têm cérebros parecidos.
Os responsáveis pelos estudos que vinculam violência com áreas cerebrais relacionadas ao julgamento moral e ao medo de punição são Adrian Raine, da Universidade da Pensilvânia, e Nathalie Fontaine, da Universidade de Indiana (EUA).
Os dois estão acostumados a desagradar quem os considera deterministas. Sua superlotada apresentação em Washington tinha muita gente com cara feia.
Raine mostrou um trabalho em que escaneou o cérebro de 27 psicopatas para saber como eram as suas regiões ligadas a emoções como a culpa, remorso e medo, principalmente a amígdala e o córtex pré-frontal.
Os psicopatas tinham amígdalas 20% menores do que o normal. Parece pouco, mas não se sabe bem que efeitos comportamentais isso causa, e é notório que a amígdala menor fosse generalizada entre os criminosos.
Resultados semelhantes foram encontrados nos cérebros de crianças consideradas problemáticas por pais e professores, algumas com apenas três anos, e em bandidos sem psicopatia.
Mais: Raine descobriu um cérebro similar em 21 condenados por fraudes financeiras (como golpes contra empresas de cartão de crédito). "Cérebro ruim, comportamento ruim", resumiu, tornando as caras mais feias.

A pesquisadora chega ao ponto de questionar se essas pessoas realmente têm culpa pelos seus atos. "Ninguém pediu para nascer com uma amígdala menor", diz.
A ideia de escanear o cérebro de crianças horrorizou os pesquisadores na plateia. Vários pediram o microfone para lembrar do risco de estigmatizar os meninos que estariam fadados ao mal.
Fontaine diz que quanto antes crianças potencialmente perigosas forem identificadas, melhor. "Assim podemos ajudar tanto elas quanto as suas famílias", diz.
Uma ideia seria avaliar se essas crianças não estão em situações que facilitariam o desenvolvimento do seu potencial criminoso, como viver em áreas de pobreza.
Se estiverem, é preciso tirá-las dali. Cérebro "ruim" em um ambiente pior pode ser a receita da tragédia.

Editoria de Arte/Folhapress


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Educação: Alunos terminam ensino médio sem aprender

Avaliações mostram que 90% não têm o conhecimento mínimo esperado para a fase. Veja exemplos práticos

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 23/02/2011 07:00



Calcular quanto um trabalhador deve receber em cada parcela do 13º salário pode parecer uma tarefa trivial após 11 ou, mais recentemente, 12 anos de estudo que levam uma pessoa até o fim do ensino médio. A maioria dos jovens que concluíram essa fase na última década, no entanto, não consegue chegar ao valor correto. O exemplo ajuda a entender uma estatística alarmante sobre o conhecimento dos alunos no terceiro ano do ensino médio. Segundo o Ministério da Educação, apenas 10% dos estudantes adquirem os conteúdos esperados.
Tentativa de um aluno do 3º ano de resolver questão de matemática

A terceira reportagem da série especial do iG Educação sobre o ensino médio mostra como os jovens se formam com conhecimentos irrisórios. Nem todos os alunos dessa etapa escolar passam por avaliações do MEC – como ocorre no ensino fundamental – mas os resultados são suficientes para produzir estatísticas assustadoras.
A mais recente delas, do Ibope, mostra que 62% das pessoas com ensino médio não são plenamente alfabetizadas. A expectativa era que, aos 18 anos, e tendo frequentado a escola durante a infância e a adolescência, os jovens soubessem ler e entender textos longos, mas só 38% o fazem.

Leia o restante da série:

·                          A pior etapa da educação do Brasil

Para quem ainda está estudando, o governo aplica, desde 1999, uma prova por amostragem do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em todas as edições, o porcentual de  alunos do 3º ano do ensino médio que chega à pontuação adequada nas provas de matemática variou entre 9,8% e 12,8%. No último exame, de 2009, foram 11%. “O que preocupa é que não saímos deste patamar, mesmo quando temos uma melhora no fundamental. Quando o jovem vai para o médio, estaciona”, comentou Mozart Neves Ramos, consultor do movimento Todos Pela Educação, em apresentação de números organizados pela ONG a partir da avaliação feita pelo governo.
Considerando apenas os conhecimentos de língua portuguesa, o resultado é menos ruim, porém ainda chocante: 28,9% alcançaram a nota mínima no teste de 2009. Os números valem para todos os estudantes, incluída a rede privada. Considerado só o sistema público, o porcentual cai para 23,3% em português e 5,8% em matemática. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), a amostra apenas das particulares é pequena para concluir o porcentual de estudantes desta rede que aprende o necessário.
Exemplos em São Paulo, Paraná e Maranhão
O Ministério da Educação mantém entre suas publicações a escala do Saeb de língua portuguesa e de matemática com todas as capacidades que são esperadas dos estudantes ao final do ensino médio. Para ilustrar o que os números sobre a aprendizagem apontam, o iG selecionou um item em cada disciplina, buscou exemplos de situações em que eles sejam pedidos e levou um teste a jovens matriculados em escolas em São Paulo, no Paraná e no Maranhão. 
Em matemática, o iG sugeriu um problema já usado pelo MEC e uma questão elaborada pelo professor e autor de livros didáticos Luiz Imenes. Ambos avaliam a capacidade de “resolver problemas que envolvam variação proporcional entre três grandezas (regra de três simples)”, o que só 7% conseguem, segundo a estatística do governo.
Em língua portuguesa, foi escolhida uma habilidade que apenas 6% têm: a de distinguir um trecho opinativo entre as informações de um texto. Novamente foi apresentada uma questão usada pelo governo e outra baseada em dois textos do iG Educação que tratam do mesmo fato, um informando e outro opinando.

ABAIXO ALGUMAS RESPOSTAS DOS ALUNOS:

Trecho do livro Senhora que faz parte de questão do Ministério da Educação. Resposta correta.
Resposta aponta corretamente trecho opinativo
Tentativa de regra de três em problema proposto pelo MEC: resposta errada.
Muitas contas, resultado errado.
Mais uma estratégia errada que não leva a resposta correta
Alguns alunos aplicaram regra de três em dados errados
Resposta correta de problema com proporcionalidade
Na questão do 13º salario, alunos dividiram o total pelos meses trabalhados: neste caso, quanto mais se trabalhasse, menos se receberia
Resultado absurdo
Resultado bastante errado sem calcular
Resposta correta
Aluno confunde informação com opinião

Em São Paulo, as perguntas foram apresentadas a estudantes da escola estadual José Monteiro Boanova, que obteve o melhor resultado entre as unidades públicas no último ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na capital paulista, desconsiderando as escolas técnicas e unidade da Universidade de São Paulo (USP). Dos cinco alunos questionados, nenhum conseguiu responder corretamente qualquer uma das questões de matemática. A primeira parcela do 13º de um trabalhador que recebe R$ 1.200 e trabalhou oito meses de um ano, variou entre R$ 150 para um aluno e R$ 6.120 para outro. Já em português, houve dois acertos em cada pergunta.

Em São Luiz, três alunos do centro de ensino médio Manoel Beckman, no bairro Bequimão, zona de classe média da capital maranhense receberam as questões e não acertaram nada. Em uma das provas, uma aluna se confundiu e respondeu “sim” a uma questão que pedia um valor matemático. Nas questões de língua portuguesa, o resultado foi o mesmo. Um deles, aproveitou para mostrar como vai a gramática: “Os dois textos é opinativo”, escreveu.
Os melhores resultados, ainda que não sejam bons, vieram do Paraná. Sete alunos do colégio estadual Manuel Borges de Macedo, em Rio Branco do Sul, responderam as perguntas e, finalmente, alguém chegou às respostas corretas de matemática. “O problema do 13º salário é algo que dá para fazer de cabeça, mas a maioria dos alunos do ensino médio não consegue entender a relação entre os dados de um enunciado para saber qual conta pode ser feita”, diz o professor Imenes.
E as outras matérias?
Se os diagnósticos em matemática e língua portuguesa são ruins, a situação em relação a outras disciplinas sequer é conhecida. O Saeb segue a mesma escala aplicada ao ensino fundamental e só tem as duas matérias consideradas essenciais desde a alfabetização.
No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são cobrados conteúdos de ciências humanas (história, filosofia, sociologia e geografia) e ciências naturais (física, química e biologia). Mas só quem quer faz a prova de acesso a programas universitários, e a escola não recebe um diagnóstico sobre como seus estudantes se saíram por conteúdo.
A única avaliação de ciências feita no Brasil dá indícios de que o patamar é o mesmo verificado em português e matemática. No programa de avaliação internacional de estudantes (Pisa, na sigla em inglês), feito pela Organização para Cooperação de Países Desenvolvidos (OCDE), com estudantes de 15 anos – que deveriam estar no 1º ou 2º ano do ensino médio – os brasileiros aparecem em 53º lugar em ciências entre 65 países. É a mesma colocação obtida em leitura, e melhor do que a 57º posição em matemática.

Reflexo na universidade

Com o aumento do acesso à universidade, possibilitado pela expansão tanto do sistema público como de programas de bolsa e financiamento em instituições particulares, muitos destes estudantes chegam ao ensino superior. No total, 15% dos jovens de 18 a 29 anos estão na faculdade ou já a concluíram. Para alguns especialistas, o reflexo do ensino médio ruim inclui a queda da qualidade das universidades e das pesquisa que devem ser realizadas nelas – além de cidadãos mal formados para a vida, como mostrou a reportagem publicada na terça-feira.
Para Elizabeth Balbachevsky, livre docente do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora participante de grupos internacionais na área de educação para jovens, as universidades também devem colaborar. "No mundo todo, o aumento do acesso ao ensino superior levou para as faculdades um novo público. Elas também devem ajudar os alunos a fazer um ensino médio bom ou a completar suas habilidades paralelamente ao curso superior. É isso ou deixá-los prosseguir sem boa formação."
*colaboraram Luciana Cristo, iG Paraná, e Wilson Lima, iG Maranhão









terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mundo: Equipes buscam mais de cem soterrados por tremor na Nova Zelândia

22/02/2011 - 10h17

Equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar mais de cem pessoas soterradas nos escombros da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, atingida por um terremoto de magnitude 6,3. O tremor destruiu prédios, casas e até mesmo a histórica catedral da cidade e deixou ao menos 65 mortos no que foi classificado de "dia mais sombrio" da cidade.
Este foi o segundo grande terremoto a atingir Christchurch, cidade de 350 mil habitantes, em apenas cinco meses. Mas a destruição causada pelo tremor desta terça-feira foi muito maior que a vista em setembro.

John Kirk-Anderson /Reuters/Christchurch Press


Mulheres se abraçam diante de prédio que desmoronou com tremor de magnitude 6,3 em Christchurch. 

Este foi o segundo grande terremoto a atingir Christchurch, cidade de 350 mil habitantes, em apenas cinco meses. Mas a destruição causada pelo tremor desta terça-feira foi muito maior que a vista em setembro.

"É uma cena de grande devastação", disse o primeiro-ministro John Key, que confirmou o saldo de 65 mortos e alertou que pode ser maior. "Nós podemos estar presenciando o dia mais sombrio da Nova Zelândia".
O prefeito de Christchurch, Bob Parker, declarou estado de emergência e ordenou a retirada dos moradores do centro da cidade.
Uma chuva insistente atrapalha os esforços das equipes de resgate na noite desta terça-feira (horário local). Mas as autoridades já disseram que vão direcionar todos os esforços no resgate de possíveis vítimas.
Durante as horas de caos na cidade, as pessoas cavaram os escombros com as próprias mãos para libertar pessoas presas.
Os bombeiros usaram escadas de extensão para salvar pessoas presas nos telhados. Um guindaste ergueu uma equipe de socorristas em uma plataforma para retirar um grupo de sobreviventes de um dos arranha-céus.

Iain McGregor/Reuters/Christchurch Press
Mulher é retirada de destroços em Christchurch; equipes trabalharão durante a noite em busca de cem soterrados

Parker disse que as equipes de resgate, que incluem cães farejadores, foram espalhadas pela cidade e irão trabalhar durante toda a noite.
Tropas foram enviadas ao centro da cidade para ajudar a retirar os moradores e estabelecer uma área de isolamento onde os danos foram maiores.
A torre da catedral de pedra da cidade desmoronou em uma praça central, enquanto prédios de vários andares desabaram e lotaram as ruas de tijolos e concreto quebrado.
Calçadas e ruas foram rachadas ao meio pela força do tremor, que levou os moradores às ruas em gritos e choros. Ambulâncias chegaram rapidamente, mas muitos moradores correram para ajudar os feridos. Alguns foram levados por veículos particulares, em macas improvisadas com tapetes ou pedaços de destroços.
Natanael Boehm disse que estava em pé perto de uma trilha do bonde quando o terremoto ocorreu, pouco antes das 13h (21h de segunda-feira em Brasília). "Foi horrível. As pessoas estavam cobertas de entulho, coberto de várias toneladas de concreto", disse Boehm.

FECHADO

O aeroporto da cidade foi fechado e o Hospital Christchurch foi temporariamente esvaziado. A eletricidade e as linhas telefônicas foram cortadas e muitas tubulações de água se romperam, inundando as ruas.
Alguns carros estacionados foram enterrados sob os escombros. Segundo a polícia, ao menos dois ônibus foram esmagados por prédios. O cenário era marcado ainda por nuvens de fumaça preta de alguns dos escombros que ficaram em chamas.
As autoridades criaram abrigos nas escolas e centros comunitários, onde a comida estava sendo servida a milhares de pessoas desabrigadas. Em pelo menos um parque na cidade, as pessoas --muitas delas turistas que tinham abandonado os seus hotéis-- estavam amontoados em barracas montadas às pressas. A Cruz Vermelha disse trabalhar para conseguir hospedagem para eles.
Key, que realizou uma reunião de emergência do gabinete, disse que oito ou nove prédios desabaram e outros ficaram seriamente danificados.

Don Scott/Reuters/Christchurch Press



O prédio da Pyne Gould Guinness, que tinha mais de 200 funcionários no momento do tremor, desmoronou e não se sabe ao certo quantos estão sob os escombros. Muitos dos funcionários correram para a rua, alguns com sangue em seus rostos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que mede a atividade sísmica mundial, diz que o epicentro do tremor estava a apenas 5 km da cidade e a uma profundidade de 4 km --o que torna seus efeitos mais devastadores (o tremor de setembro ocorreu a 40 km da cidade). Duas fortes réplicas, de magnitude 5,6 e 5,5, atingiram a cidade nas duas horas seguintes.

Mark Mitchell/AP/New Zealand Herald

Vista aérea mostra extensão dos danos causados pelo tremor de magnitude 6,3 que atingiu centro de Christchurch

O tremor foi sentido em grande parte da South Island e causou danos em outras cidades, embora Christchurch tenha sido a mais afetada.
"Quando o tremor parou e eu olhei pela janela, que tem uma grande vista da cidade havia apenas pó", disse o conselheiro municipal Barry Corbett. "ficou evidente naquele momento que muitos prédios caíram".
'A questão crítica com este sismo foi que o epicentro estava em baixa profundidade em Christchurch, então muitas pessoas estavam de 10 a 20 km da ruptura da falha", disse Gary Gibson, sismólogo da Universidade de Melbourne.
O pior terremoto da Nova Zelândia foi registrado em 1931, na baía de Hawke. Ao menos 256 pessoas morreram.


Olhar Geográfico:


Balanço devastador


Os 10 tremores mais letais da humanidade mataram mais de 2 milhões
1. Shensi, China, 1556 - 830 mil mortos
Na região central da China, a terra tremeu em 23 de janeiro de 1556 para produzir o pior desastre natural de que se tem notícia. O terremoto atingiu oito províncias e arrebentou 98 cidades - algumas delas perderam 60% da população. A maior parte das pessoas morreu soterrada na queda de casas mal construídas
2. Calcutá, Índia, 1737 - 300 mil mortos
Relatos de época indicam que essa catástrofe de 11 de outubro de 1737 tenha sido um terremoto. Mas, como na época não existiam registros 100% confiáveis, alguns especialistas levantam a hipótese de que o estrago foi causado por um ciclone. Além dos mortos, o cataclismo deixou 20 mil barcos à deriva na costa
3. Tangshan, China, 1976 - 250 mil mortos
O tremor de 27 de julho de 1976 sacudiu o nordeste da China. A cidade toda dormia quando o chão mexeu, fazendo cerca de 800 mil feridos. Até hoje, especialistas suspeitam que o número de mortos possa ser muito maior que o divulgado pelo governo. Estima-se que o total de vítimas possa ter chegado a 650 mil
4. Kansu, China, 1920 - 200 mil mortos
Essa região situada no centro-norte do país não sentia um tremor havia 280 anos, mas esse de 16 de dezembro de 1920 botou para quebrar: atingiu uma área de 67 mil km2, arrasando dez cidades. A série de ondulações deformou a área rural e prejudicou uma das principais atividades econômicas da região, a agricultura
5. Kwanto, Japão, 1923 - 143 mil mortos
O megatremor de 1º de setembro de 1923 atingiu as principais cidades do Japão. Só em Tóquio e Yokohama, mais de 60 mil pessoas morreram nos incêndios causados pelo abalo. Logo depois desse terremoto, a profundidade da baía de Sagami, no sul de Tóquio, aumentou mais de 250 metros em alguns pontos
6. Messina, Itália, 1908 - 120 mil mortos
Em 28 de dezembro de 1908, o sul da Itália sofreu com um grande terremoto que devastou as regiões da Sicília e da Calábria. Para complicar ainda mais as coisas, o tremor foi seguido por tsunamis de até 12 metros de altura. A seqüência de enormes paredes de água quebrou na costa do país e amplificou os estragos
7. Chihli, China, 1290 - 100 mil mortos
Quase não há registros sobre esse chacoalhão de 27 de setembro de 1290 - apenas a certeza de que ele foi um dos mais mortais da história. A província de Chihli, que teve seu nome mudado para Hopei em 1928, inclui a cidade de Tangshan e é famosa pelos terremotos, que já teriam vitimado mais de 1 milhão de pessoas
8. Shemakha, Azerbaijão, 1667 - 80 mil mortos
Por estar situada em cima de uma zona sujeita a abalos, essa cidade foi destruída por vários terremotos. O primeiro - e mais mortal - foi esse de novembro de 1667. Depois do susto, a tranqüilidade não durou muito: registros da época indicam que a terra voltou a tremer por lá dois anos depois
9. Lisboa, Portugal, 1755 - 70 mil mortos
Em apenas 3 horas, a capital portuguesa foi atingida por três tremores distintos, que destruíram 85% da cidade. Gigantescas ondas atingiram a região, a água subiu 5 metros acima do nível normal e um incêndio consumiu casas, igrejas, palácios e bibliotecas. A tragédia aconteceu em 1º de novembro de 1755
10. Yungay, Peru, 1970 - 66 mil mortos
Esse terremoto de 31 de maio de 1970 fez desabar um enorme pico de gelo na cordilheira dos Andes. Em poucos minutos, a cidade de Yungay estava debaixo de uma massa de neve e detritos que desceram a encosta a mais de 300 km/h. Para piorar a situação, as inundações subiram o prejuízo para 530 milhões de dólares